Chatos para comer

É comum que nos primeiros anos de vida, as crianças façam careta e rejeitem certos tipos de alimentos. Com o tempo, esse comportamento costuma passar. Mas e se não passar? 

Um estudo publicado recentemente pela Universidade de Michigan (EUA) sugeriu que essa seletividade na hora das refeições talvez não seja “só uma fase”. Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares de 317 famílias por quase cinco anos. Eles perceberam que 14% das crianças continuavam altamente seletivas para comer mesmo depois dos 3 anos. Para Megan Pesch, autora do estudo, os resultados só confirmam a importância de oferecer um cardápio variado e nutritivo desde a introdução alimentar. Mesmo assim, ela alerta que é preciso ter cautela: nada de pressionar o pequeno a comer o que não quiser.

A pesquisa mostrou ainda que, quanto mais os pais tentam controlar e restringir a dieta dos filhos, mais exigentes eles podem ficar. Isso não significa que, para fazê-los comer de tudo, devemos liberar doces e ultraprocessados. “Ainda queremos que os pais incentivem dietas variadas e saudáveis desde cedo, mas nosso estudo sugere que eles podem ter uma abordagem menos controladora”, diz a pesquisadora.

E o que fazer?

SEM BARGANHAS

Não faça chantagens ou ofereça recompensas para incentivar seu filho a raspar o prato. Pode até funcionar num primeiro momento, mas a longo prazo a tendência é que isso só reforce a recusa alimentar.

ROTINA DEFINIDA

Tenha horários fixos para lanchar, almoçar e jantar. Defina um tempo suficiente te para cada refeição e, se nesse período seu filho não aceitar a comida, não force a barra: retire o prato da mesa e só ofereça outro alimento na próxima refeição.

TRABALHO EM EQUIPE

Convide as crianças a participarem das compras e do preparo das receitas. Ao se sentirem parte do processo, elas tendem a se abrir mais para novas possibilidades.

VARIEDADE NO PRATO

Sempre que possível, adicione os formatos e texturas ao cardápio das crianças. A cenoura que sempre é servida picadinha, por exemplo, pode ser ralada, transformada em purê.

Conteúdo original da Revista Crescer. 

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